Você sabia?
- Jornal O Inconfidente
- 21 de abr.
- 4 min de leitura
Atualizado: 22 de abr.

Prefeitos de São João Del-Rei (1890 – 2025)
Dr. João Salustiano Moreira Mourão (1890–1891)
Antônio Francisco da Rocha (1891–1892)
Joaquim Domingos Leite de Castro (1892–1893)
José do Nascimento Teixeira (1930–1937) – Nomeado
Antônio das Chagas Viegas (1937–1948) – Nomeado
Oswaldo da Fonseca Torga (1948–1951)
Dario de Castro Monteiro (1951–1955)
Nelson José Lombardi (1963–1966)
Fábio Nelson Guimarães (1966) – Interino
Gen. Antônio Carlos Mourão Ratton (1966–1967) – Interventor federal
Milton de Rezende Viegas (1967–1971)
Mário Lombardi (1971–1973)
Lourival Gonçalves de Andrade (Zé Menino) (1973–1977)
Octávio de Almeida Neves (1977–1983)
Gerardo Cid de Castro Valério (1983–1988)
Rômulo Antônio Viegas (1989–1992)
Nivaldo José de Andrade (1993–1996)
Carlos Alberto Braga (1997–2000)
Nivaldo José de Andrade (2001–2004)
Sidney Antônio de Sousa (Sidinho do Ferrotaco) (2005–2008)
Nivaldo José de Andrade (2009–2012)
Helvécio Luiz Reis (Professor Helvécio) (2013–2016)
Nivaldo José de Andrade (2017–2024)
Aurélio Suenes de Resende (2025–presente)
Observações
Nivaldo José de Andrade teve quatro mandatos não consecutivos: 1993–1996, 2001–2004, 2009–2012 e 2017–2024.
Durante o Estado Novo (1937–1945), os prefeitos foram nomeados pelo governo federal.
Aurélio Suenes de Resende assumiu a prefeitura em 1º de janeiro de 2025, após vencer as eleições de 2024 com 50,40% dos votos.
São João Del-Rei, uma das cidades mais antigas e históricas de Minas Gerais, possui uma trajetória política marcada por ciclos de estagnação e desafios administrativos. A cidade já teve 21 prefeitos desde o início do período republicano, começando com Dr. João Salustiano Moreira Mourão em 1890. Os primeiros líderes eram ligados ao Partido Republicano Mineiro (PRM), como Antônio Francisco da Rocha e Joaquim Domingos Leite de Castro.
Durante o Estado Novo, prefeitos foram nomeados, como José do Nascimento Teixeira (1930–1937) e Antônio das Chagas Viegas (1937–1948). Com a redemocratização, Oswaldo da Fonseca Torga foi eleito em 1948. A partir de então, a cidade teve diversos prefeitos eleitos, incluindo Dario de Castro Monteiro (1951–1955) e Nelson José Lombardi (1963–1966).
Na era democrática recente, destacam-se nomes como Rômulo Antônio Viegas (1989–1992), Nivaldo José de Andrade, que teve múltiplos mandatos (1993–1996, 2001–2004, 2009–2012, 2017–2024), e Helvécio Luiz Reis (2013–2016). Em 2024, Aurélio Suenes, do PL, foi eleito com 50,40% dos votos e assumiu a prefeitura em 2025.
Apesar de sua rica história, São João Del-Rei enfrenta desafios de desenvolvimento. Enquanto cidades vizinhas como Lavras, Barbacena e Tiradentes têm avançado em infraestrutura e turismo, São João Del-Rei lida com problemas como gestão ineficiente e falta de planejamento urbano. A expressão popular sobre "cabeças de burro enterradas" reflete a percepção de obstáculos persistentes ao progresso da cidade.
A cidade, que já foi considerada capital de Minas Gerais durante o ciclo do ouro, precisa de estratégias eficazes para superar os desafios atuais e alcançar um desenvolvimento sustentável.
OS PRINCIPAIS ATRASOS HISTÓRICOS DE SÃO JOÃO DEL-REI
1. Início promissor, estagnação precoce
São João Del-Rei já foi centro político, religioso e econômico, com forte presença de aristocratas, barões do ouro e figuras políticas influentes.
Entretanto, com a decadência do ciclo do ouro e a mudança dos polos econômicos para outras regiões de Minas (Belo Horizonte, Juiz de Fora, Uberlândia), São João não conseguiu se reinventar.
2. Infraestrutura urbana defasada
Muitas ruas da cidade histórica ainda são de pedra e não comportam o tráfego moderno.
A cidade carece de um anel viário adequado, o que causa lentidão, engarrafamentos e dificulta o escoamento de mercadorias.
Falta um plano diretor moderno que integre a parte histórica ao crescimento urbano com qualidade de vida.
3. Abandono de projetos ferroviários
A ferrovia Oeste de Minas, que já foi orgulho regional, foi desativada em parte e esquecida, tornando-se hoje apenas um atrativo turístico.
Enquanto isso, cidades como Lavras e Varginha investiram em logística e atraíram universidades e empresas.
4. Educação e tecnologia sem inovação
Apesar da presença de instituições como a UFSJ, a cidade não criou um polo tecnológico ou industrial relevante, como outras cidades universitárias do Estado.
Falta incentivo à inovação, tecnologia, empreendedorismo jovem.
5. Falta de planejamento urbano
Crescimento desordenado, bairros sem infraestrutura básica e ocupações irregulares em áreas de risco.
Em pleno século XXI, ainda há problemas de saneamento básico e abastecimento de água em várias regiões.
6. Ciclo político repetitivo e ineficiente
Políticos com mandatos repetidos e poucas propostas inovadoras.
Exemplo: Nivaldo José de Andrade, que governou 4 vezes — um indício de uma roda girando no mesmo lugar.
Pouco investimento em planejamento de longo prazo e políticas públicas modernas.
7. Ditado popular: "Cabeça de burro enterrada"
“São João tem uma cabeça de burro enterrada na entrada e outra na saída”, dizem os moradores — uma expressão popular que traduz o sentimento de encantamento pela cidade, mas frustração com o atraso.
Esse "peso invisível" representa décadas de potencial não explorado, promessas não cumpridas, e oportunidades perdidas.
COMPARATIVO COM CIDADES VIZINHAS
Cidade | Crescimento | Atrações/Investimentos | Destaque Atual |
Tiradentes | Alto | Turismo, gastronomia | Rota turística internacional |
Lavras | Alto | Universidade, inovação | Polo educacional e tecnológico |
Barbacena | Médio | Agricultura, militar | Diversificação econômica |
São João del-Rei | Baixo | Turismo histórico | Potencial mal aproveitado |
O QUE PRECISA MUDAR?
Política com renovação real, baseada em projetos de futuro, e não em nomes antigos.
Planejamento urbano integrado com respeito à história, mas com foco em mobilidade, habitação e sustentabilidade.
Fomento ao turismo de experiência, não só histórico, mas ecológico, cultural, gastronômico e artístico.
Criação de polos de inovação e tecnologia, aproveitando a UFSJ e seus talentos.
Destravar a “herança ruim” com diálogo, coragem política e participação da população.
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